Processo de beatificação do diácono João Luiz Pozzobon avança mais uma etapa

Processo de beatificação do diácono João Luiz Pozzobon avança mais uma etapa

Foto: reprodução

Diácono percorreu 140 mil quilômetros a pé com a imagem da Mãe Peregrina nos ombros


O final de semana foi de novidades no processo que busca a transformação do diácono João Luiz Pozzobon em santo. Isso porque o Dicastério para a Causa dos Santos – departamento da Igreja Católica responsável pelos trabalhos – informou que, em 4 de março, a beatificação será discutida por teólogos, por meio da análise do documento que foi entregue em outubro ao Vaticano.

 
Na data, em que também é celebrado o Dia Mundial da Oração, os teólogos vão se debruçar nas cerca de 800 páginas do Positio sobre as Virtudes, que descrevem a vida, as ações realizadas pelo diácono e a fama de santidade de João Luiz Pozzobon. Depois disso, votarão sobre o mérito da causa e avançarão para as próximas etapas do processo.

 

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– Nesta primeira etapa, pode ser que sejam pedidos mais esclarecimentos ou a complementação de documentos e, a partir de toda a análise e estudos que os teólogos farão nessa consulta inicial, será feito um relatório e votado. Após isso, restarão duas etapas para que João Luiz Pozzobon seja decretado venerável: o processo ser encaminhado para a Seção dos Cardeais e Bispos e, por fim, o parecer do papa Franciscoexplica o padre Vitor Hugo Possetti, responsável pela beatificação em Santa Maria.


Início do Processo

Conforme padre Vitor Hugo, o processo começou em 1994, quando o Vaticano deu o chamado Nada Obsta, considerando que não havia nada que impedisse a abertura do processo de beatificação. A partir disso, iniciou-se uma série de pesquisas sobre a vida e a trajetória do religioso, por meio de pesquisadores da UFSM, da UFN, Fapas e da Arquidiocese, incluindo depoimentos de fiéis que conviveram com Pozzobon de 1950 até 1985, ano em que morreu atropelado. Durante esse período, de acordo com o seu diário pessoal, ele percorreu cerca de 140 mil quilômetros a pé levando a imagem da Mãe Peregrina.

 
Ao todo, o processo reuniu 10 mil páginas, que se resumiram no Positio sobre as Virtudes, que foi entregue ao Vaticano. Se aprovado, o primeiro reconhecimento que será dado ao diácono Pozzobon será o de venerável, o que significa que a Igreja Católica afirma que ele é um bom exemplo a ser seguido. Assim, sua história e suas obras serão ainda mais divulgadas no mundo.

 

Padre Vitor Hugo Possetti é o responsável pela beatificação em Santa MariaFoto: Deni Zolin (Diário)


Depois, será preciso que um primeiro milagre seja reconhecido para que ele seja beatificado. Se isso ocorrer, imagens do diácono poderão ser colocadas em igrejas e o seu nome é incluído em celebrações oficiais. A partir daí, a Igreja exige que um novo milagre ocorra, após a beatificação, e seja reconhecido oficialmente para que o beato possa ser considerado santo.
primeiro milagre


1º Possível Milagre 

Junto ao pedido de beatificação, também foi entregue, após uma longa pesquisa, o processo de um possível milagre atribuído ao diácono João Luiz Pozzobon. Informações sobre quem é a pessoa e as circunstâncias do acontecimento são mantidos em segredo neste momento.

 
Segundo o padre Vitor Hugo, todos os meses, a Arquidiocese recebe relatos de graças e milagres atribuídos a Pozzobon, vindos de diversos países. Em casos extraordinários, a investigação é aprofundada.

 
– Em um desses casos, ocorrido na região da Arquidiocese, a investigação foi feita com a participação de peritos médicos e de outras áreas, analisando prontuários e todos os detalhes. A documentação foi enviada a Roma, para que os consultores do Dicastério para a Causa dos Santos vejam se o fato realmente não tem explicação científica e pode ser atribuído à intercessão do diácono – afirma o padre Vitor Hugo.

A expectativa é de que a análise do milagre seja feita daqui duas ou três semanas.


As etapas para a santidade 

  • Servo de Deus – O candidato a santo tem de ter morrido, no mínimo, cinco anos antes de o processo ser sugerido e aceito pelo Vaticano. Quando isso acontece, o candidato recebe o título de Servo de Deus. Pozzobon ganhou esse título em 1994.
  • Venerável – Se o Dicastério da Causa dos Santos, no Vaticano, aprovar a documentação do diácono, ele vira venerável. Isso significa que a Igreja afirma que ele é um exemplo a ser seguido, o que faz com que sua história e suas obras sejam ainda mais divulgadas no mundo todo.
  • Beato – Se receber o título de venerável, será necessário comprovar um milagre. A análise do possível milagre do diácono foi entregue e, se caso for comprovado, o título de beato é concedido pelo Papa e imagens do diácono poderão ser adotadas em qualquer igreja do mundo.
  • Santo – É a canonização de fato. Após comprovar mais um milagre, que tem de ocorrer após a beatificação, o candidato é tornado santo e tem o seu nome inscrito na lista oficial da Igreja.

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